A Mãe perguntou: filho cadê seu irmãozinho? E ele respondeu: ainda está dormindo mamãe.
Ela se arruma e sai para o trabalho e disse: filho cuide bem do seu irmãozinho, e ele respondeu: tá bem mamãe.
Sua mãe lhe disse: filho olhe o que tem pra comer e coma junto com seu irmão. E ele disse : tá bem mãe, te amo.
E sua mãe foi trabalhar e quando voltou a tarde, a mãe perguntou: filho cadê seu irmãozinho? O menino disse: está dormindo mamãe.
Ela foi para o quarto e percebeu que tinha sumido R$ 5,00 e ela notou que seu filho estava muito calado. Sem perguntar nada ao filho, ela pegou um cinturão e começou a bater nele sem dó e sem piedade. Quebrou os dentes dele e o menino teve que ser internado com traumatismo craniano.
Ao chegar em casa, ela já arrependida, foi até o berço do filho mais novo e viu um bilhete dizendo; mãe, peguei 5 reais que vi no seu quarto e comprei o leite para o meu irmãozinho, estou te esperando para comer junto coma senhora. te amo mamãe.
A mãe muito revoltada com o que tinha feito com o menino, voltou ao hospital onde estava internado o menino.
MÃE: Oi doutor, posso ver o meu filho?
DOUTOR: Claro que sim, pode ir até o quarto onde ele está.
MÃE: Oi filhinho, você perdoa a mamãe? o menino quase sem força diz para a sua mãe.
Filho diz; mamãe, cuida bem de meu irmãozinho e nunca faça com ele o que a senhora fez comigo.
"MAMÃE MESMO ASSIM TE AMO. MAMÃE A SENHORA PERDEU UM FILHO, MAS DEUS GANHOU UM ANJINHO".
Descansa em Paz!!!
A cada 10 horas uma criança é morta por alguém de sua própria FAMÍLIA.
texto encontrado no facebook:
EXTRAÍDO: BLOG DA LARISSA
Círculo vicioso
ResponderEliminarIvone Boechat
Um dia, milhões de bebês choraram na liberdade uterina do milagre da vida: nasceram. Nem vestiram seus corpos, nem lhes calçaram sapatos, nem lhes deram o conforto do seio materno antes da posse do sonho infantil. Foram rejeitados ao rigor do abandono.
Um dia, mãozinhas trêmulas, inseguras, sem afeto, bateram na porta do vizinho procurando abrigo. Não havia ninguém ali para oferecer afeto, nem portas havia na pobreza do lado. O menino escorregou na direção da rua.
Um dia, a criança anêmica foi eleita à marginalidade da escura noite e disputava papelões e pães no lixo do depósito público. Aos tapas, cresceu como grão perdido no vão das pedras, sem a mínima possibilidade de sobreviver: sem teto, sem luz, sem chão.
Um dia, o adolescente esperto teve alucinações de vida e o desejo de conferir a sociedade: candidatou-se à luta amarga do subemprego. Alvejado pela falta de habilitação, foi condenado como vagabundo, recebendo etiqueta oficial de mendigo.
Um dia, o adulto desiludido, amargurado, sem emprego, sem referencial, saiu à procura do amor. No escuro, mas cheio de esperanças, foi colecionando portas fechadas pelo caminho. Sem Deus, sem nome, sem avalista, sem discurso, acreditou no "slogan" das campanhas sociais.
Um dia, o menino mal nascido, mal amado, mal educado, não soube cuidar do filho que nem chegou a ver. Não ouviu seu choro. Imaginou apenas que, após nove meses de duríssima gestação, alguém brotara de um rápido encontro irresponsável, assustado e vazio, que sempre ouviu dizer que se chamava amor.
Confissões de um menor abandonado
ResponderEliminarIvone Boechat
Eu sei que sou culpado,
não tive a capacidade de assumir a administração de minha vida, não fui capaz de resolver as emoções infantis nem consegui equilibrar-me sobre os obstáculos que herdei da sociedade.
Até que me esforcei! Olhei para a vida de meus pais, porém, os desentendimentos de seu casamento falido nublaram os tais exemplos de que ouvi falar, só falar.
Não tive o privilégio de me aquecer no meu próprio lar, porque faltou-lhe a chama do amor, sustentando-nos unidos. Cada qual saiu para o seu lado. Na confusão da vida me perdi.
Candidatei-me à escola. Juntei a identidade civil ao retrato desbotado, botei a melhor farda de guerreiro, entrei na fila. Humilhado por tantas exigências, implorando prazos, descontos e vaga, sentei-me num banco escolar, jurei persistência, encarei o desafio.
- Joãozinho, você não sabe sentar-se?
- Joãozinho, seu material está incompleto.
- Joãozinho, seu trabalho de pesquisa está horrível.
- Joãozinho, seu uniforme está ridículo.
A barra foi pesando, fui sendo passado para trás e vendo que escola é coisa de rico. Um dia, arrependi-me, mas a professora se escandalizou das faltas (nem eram tantas!) e disse que meu nome já estava riscado, há muito tempo. O que fazer? Dei marcha à ré ali e, olhando a turma, com vergonha, fui saindo.
Moro nas marquises, debaixo da ponte, nas calçadas e não moro em lugar nenhum. Tenho avós, pais, irmãos e primos, mas não tenho família. Tenho idade de criança e desilusões de adulto. Minha aparência assusta as pessoas e nada posso fazer. A cada dia que passa, estou mais sujo, mais anêmico, mais fraco.
Sou um rosto perdido, perambulando, em solo brasileiro. Na verdade, chamam-nos menores, todavia, somos os maiores desgraçados.
Vendo balas num sinal de trânsito que muda de cor a cada minuto. Quando o sinal fica vermelho, os carros param, meu coração dispara. Para nós, menores abandonados, o vermelho é a cor da esperança.
Publicado no livro Por uma Escola Humana, pág.121 Ed. Freitas Bastos, RJ 1987