IMAGEM DE JOSÉ ANTÔNIO BASTOS |
A comunidade tradicional de Boa União remonta a história oitocentista
brasileira em meados do século XIX e inicio do século XX na Região do
Baixo Parnaiba Maranhense.
Os seus moradores mais antigos contam com
convicção os fatos de como foi formado o primeiro povoamento com os
engenhos de cana-de-açúcar para a fabricação de cachaça, mel e rapadura,
a antiga fazenda teve a presença de escravos e possivelmente quilombos
formados nos seus arredores.
Hoje a comunidade guarda um tesouro
histórico de vestígios da famosa Insurreição dos Balaios e do processo
socioeconômico local. Um canhão debaixo das mangueiras é a prova viva de
um ato que por ventura tenha sido planejado para sufocar o movimento
rebelde dos vaqueiros, camponeses e artesãos, uma vez que o comandante
guerreiro Negro Cosme – “Tutor e Imperador das Liberdades Bem-ti-vis”
andava recrutando escravos naquelas redondezas vindo de Brejo e
Chapadinha, pois o mesmo segundo alguns documentos já tinha invadido a
Fazenda Catingueira entre as cidades de Tutóia e Barreirinhas –, num
lugar chamado Priá ou Periá libertando dali todos os negros
acorrentados.
As antigas peças do engenho, tachos de cobre, alicerces,
muralhas e trincheiras do período são encontrados no local do pátio da
fazenda, com mangueiras centenárias e pés de angelim.
O povoado foi
desenvolvido nas margens do Rio Preguiças pela atração das terras
férteis e abundância de água e capinzais para a pastagem do gado e
trabalhos feitos na época. Ainda pode-se ver o famoso sino da capela
centenária, este que por sua vez tenha vindo da Europa juntamente com
vasos e outros utensílios domésticos pertencentes aos proprietários da
casa-grande.
A história de Boa União é importante para entendermos os
conflitos e as relações sociais no interior do leste maranhense no final
do século XIX, um capítulo importantíssimo da história do Maranhão e do
Brasil.