Em entrevista ao
jornalista Roberto Fernandes, da Rádio Mirante, nesta segunda-feira (20), o
deputado Federal Hildo Rocha voltou a defender a aprovação do Projeto de Lei
4330/2004, dispositivo jurídico cuja finalidade essencial é regulamentar os
serviços terceirizados no país.
Pessoas contrárias à aprovação dizem que a
Lei será prejudicial aos trabalhadores. Entretanto, essa tese é rechaçada pelo
parlamentar maranhense, com muita firmeza.“A terceirização é uma atividade
econômica que existe no Brasil desde a década de 50 com a implantação das
indústrias automobilísticas. Ao longo dos anos esta atividade foi crescendo sem
nenhuma legislação, com isso maus empregadores se aproveitam para calotear
trabalhadores. Com a aprovação do Projeto de Lei 4330 além de dificultar o
calote os trabalhadores terceirizados passarão a ter os mesmos benefícios dos
profissionais das empresas contratantes. Não haverá precarização e nem perda de
direitos”, enfatizou o parlamentar.
O deputado Hildo Rocha frisou que já existe
12 milhões de brasileiros exercendo atividades terceirizadas sem nenhuma
proteção jurídica especifica. “Vamos
regulamentar as relações trabalhistas de 12 milhões de pessoas; tornar as empresas
competitivas; criar mais três milhões de empregos. A proposta é totalmente
favorável aos trabalhadores e trabalhadoras. Tenho responsabilidade
com o mandato outorgado pelo povo maranhense, por isso que defendo o
substitutivo e suas alterações relatados pelo deputado Artur Maia doSolidariedade
da Bahia”, ressaltou.
DEPUTADO FEDERAL HILDO ROCHA |
Serviços público
O parlamentar foi taxativo ao afirmar que a lei não se aplicará para as
atividades no serviço público. “A lei é bem clara quanto a essa questão. Ela
não se aplica ao serviço público, portanto esta conversa de dizer que o PL 4330
proíbe concursos é uma grande mentira”, esclareceu.
Deveres legais
Hildo Rocha ressaltou que as empresas
tomadora dos serviços serão obrigadas a fiscalizar se as prestadoras estão
cumprindo seus deveres legais, como pagamentos de salário, encargos
trabalhistas, previdenciários e tributários. “O descumprimento dessa norma
acarretará em punições para as empresas contratantes e os sindicatos irão
participar das negociações em caso de descumprimento de compromissos”, lembrou.
Vanguarda
do atraso
Questionado sobre os motivos
de tanta polêmica em torno do projeto, Hildo Rocha disse que alguns
sindicalistas apresentam-se como defensores dos interesses dos trabalhadores,
mas na verdade estão preocupados apenas com questões corporativistas. “O
principal receio dos dirigentes sindicais é perder dinheiro com a possível
migração de associados para sindicatos que venham a aparecer com a nova
realidade que surgirá assim que as atividades terceirizadas forem regulamentadas”,
declarou.
O PL 4330/2004 voltará a ser debatido no plenário da Câmara Federal
nesta quarta-feira para definição de questões sobre as quais ainda existem
divergências.
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